quinta-feira, 30 de julho de 2009

WORLD CERAMIC BIENNALE KOREA
(International Performance Art Show)
A pequena cidade de Icheon, a cerca de 100 km a sul de Seul foi palco de uma grandiosa Bienal Internacional de Cerâmica – World Ceramic Biennale Korea 2009 - realizada num enorme Parque temático totalmente dedicado à cerâmica (aliás toda a cidade está direccionada para esta actividade, com inúmeras lojas e fábricas dedicadas a este tipo de artesanato).
O Parque alberga 3 Museus dedicados à cerâmica, desde a tradicional à mais contemporânea, passado pela utilitária, tem várias dezenas de esculturas e instalações realizadas em material cerâmico espalhadas pelo Parque e à volta de um enorme lago que se encontra logo à entrada.
Tem ainda um anfiteatro, e durante o período da Bienal, 4 pavilhões que albergaram uma Feira de artesanato com todo o género de objectos, vários restaurantes, ateliers que estavam sempre cheios de crianças e jovens a realizarem as suas peças, sob a coordenação de monitores, e uma enorme quantidade de visitantes durante todo o dia.
Foi neste contexto que se realizou o International Performance Show “Ceramic Passion”, isto é, um festival de Performance integrado na Bienal cuja temática andava precisamente à volta da cerâmica: o fogo, a terra e a água.
Por indicação de O-Bong Hong, um destacado performer coreano que conheci no Japão em 1997, foram convidados cerca de 30 performers, 9 dos quais estrangeiros: André Stitt, Irma Optimist, Richard Martel, Fernando Aguiar, Huang Rui, Wen Lee, Chupon Apisuk, Roy Maayan & Anat Katz.
Dos artistas coreanos podem-se referir, para a além de O-Bong Hong, o comissário do festival, Jin Sup Yoon, e Yeo-Hyun Kwon, Neung-Kyung Seong, Yong-Gu Shin, Young-Chul Shim e Kun-Young Lee.
É preciso não esquecer o excelente trabalho de organização de Jisun kim e da sua incansável equipa, para que as cerca de 12 performances que decorriam todas as tardes corressem bem. E (de)correram.
Huang Rui
Irma Optimist
Neung-Kyung Seong
Jin Sup Yoon
Fernando Aguiar
O-Bong Hong

segunda-feira, 27 de julho de 2009

PORTUGUESIA
NA MALAPOSTA
Dando continuidade ao projecto PORTUGUESIA, foi feita no dia 15 deste mês a apresentação do livro e do restante projecto de Wilmar Silva no Centro Cultural Malaposta, em Olival Basto, Odivelas.
Após o autor ter apresentado o seu projecto e de ter falado sobre a “contraantologia” PORTUGUESIA, foi passado um extracto do DVD que acompanha o livro, onde os presentes tiveram a oportunidade de ver e ouvir alguns dos poetas antologiados dizerem os seus poemas.
A seguir vieram as leituras de João Miguel Henriques, Ana Viana, Tony Tcheca, Fernando Aguiar e do próprio Wilmar Silva, poetas incluídos em PORTUGUESIA.
No final foram convidados outros escritores presentes a lerem os seus poemas. Aqui ficam algumas fotos:
João Miguel Henriques
Ana Viana
Tony Tcheca
Fernando Aguiar e Wilmar Silva

sexta-feira, 24 de julho de 2009

PORTUGUESIA CONTRAANTOLOGIA

“PORTUGUESIA – Minas entre os povos da mesma língua / antropologia de uma poética”, é a contraantologia organizada pelo Wilmar Silva, lançada no dia 10 na Casa de Camilo Castelo Branco, em S. Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão, conforme referi anteriormente.

Esta obra de grande fôlego, reúne 485 poemas de 101 poetas de Portugal, Brasil (Minas Gerais), Guiné-Bissau e de Cabo Verde, com uma particularidade interessante: os poemas foram sequenciados sem uma ordem cronológica, alfabética ou por autor, não estando, sequer, assinados. Cada poema tem apenas uma letra, junto ao número da página que remete o leitor mais curioso para uma listagem de autores e que, pela letra e pelo número da página, conseguirá então identificar o autor do poema.

O estratagema criado pelo Wilmar Silva confere uma maior unidade aos poemas seleccionados e dá ao leitor a ideia de uma certa continuidade o que, nalguns casos, até se verifica.

Estas particularidades e a qualidade da maioria dos poemas fazem de PORTUGUESIA um trabalho de envergadura que o Wilmar vai desenvolver nos próximos anos, com poetas de outros estados brasileiros e de outros países de expressão portuguesa que não foram desta vez contemplados.

Há um outro aspecto a salientar. É que a somar ao volume de poemas recolhidos, PORTUGUESIA inclui um DVD com todos os poetas antologiados a lerem alguns dos seus poemas e, pelo que percebi, a maior parte nem sequer são os publicados. O DVD tem a duração de 2 horas, mas a alternância de poetas, os contextos onde estes lêem os seus poemas e os enquadramentos feitos pelo Wilmar Silva fazem com que esta sequência de vídeos nunca se torne maçadora ou cansativa. Na altura, o Wilmar também entrevistou os poetas, e esse registo ficará para uma posterior apresentação. Mas que o material recolhido pelo Wilmar é único e inestimável, disso não há dúvida…

Alguns nomes: Alécio Cunha, Ana Viana, António Ramos Rosa, Aroldo Pereira, Aurelino Costa, Babilak Bah, E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar, Filipa Leal, Gonçalo M. Tavares, Guido Bilharinho, Iacyr Anderson de Freitas, João Miguel Henriques, João Rasteiro, Jorge Melícias, Jorge Reis-Sá, José Luis Peixoto, Luís Eustáquio Soares, Luís Serguilha, Márcio Almeida, Milton César Pontes, Nuno Rebocho, Pedro Mexia, Pedro Sena-Lino, Ronaldo Werneck, Rui Costa, Ruy Ventura, Tony Tcheca, valter hugo mãe, Wagner Moreira e o próprio Wilmar Silva.

Infelizmente o livro não está à venda em Portugal, pelo que para se conseguir um exemplar terá que ser contactada a própria editora: anomelivros@anomelivros.com.br

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SONETO À CÃO

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Um cão levanta
a perna direita
e lança 4 esguichos
para o tronco da árvore.
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A seguir levanta
a perna esquerda
e urina 4 vezes
contra o candeeiro.
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Mais à frente
alça de novo a perna
e dispara 3 jactos
no pneu do automóvel.
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Por fim, após cheirar
desconfiado, agacha-se
e mija as últimas 3 vezes
numa poça de água.

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Fernando Aguiar, "Soneto à cão"

terça-feira, 21 de julho de 2009

BIG ODE #7
Foi lançado este sábado na livraria Trama, em Lisboa, o #7 da revista BIG ODE – Poesia & Imagem. Os coordenadores da mesma, Rodrigo Miragaia e Sara Rocio voltaram a fazer um bom trabalho com este número dedicado ao “sublime”.
Tanto mais que desta vez incluíram um DVD com pequenos vídeos de 28 artistas internacionais, o que vem dar uma nova dimensão à BIG ODE. A tendência para tornar a revista internacional vem já desde os primeiros números, mas tem vindo, progressivamente, a tornar-se mais marcante.
A secção que neste número é dedicada à mail art acentua igualmente esse aspecto, com as participações de Clemente Padin, Hilda Paz, Hugo Pontes, John Helder Jr., Vittore Baroni, Luc Fierens, Reed Altemus, Rod Summers, Serge Luigetti e José Oliveira, entre outros.
Quanto ao “corpo” principal da revista constituído por poemas, desenhos, fotografia, textos e poemas visuais, tem como alguns dos autores Angelo Mazzuchelli, A. Da Silva O., Constança Lucas, Fernando Aguiar, João Rasteiro, Roberto Keppler, Rodrigo Miragaia, Rui Costa, e Sérgio Monteiro de Almeida.
Dos videoartistas podem-se referir os nomes de Alberto Guerreiro, Anna Olmo, Helena Garcia, Luis Fernandes, Mikey Peterson, Sara Rocio e Steven Hoskins.
Apesar da revista ser editada a preto e branco, deixo aqui a imagem do meu visual, que é a cores.

Fernando Aguiar, colagem, 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

PORTUGUESIA
FESTA DA POESIA LUSÓFONA
O auditório da Casa de Camilo Castelo Branco em S. Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão, foi palco da Festa da Poesia Lusófona – PORTUGUESIA, durante os dias 10 e 11 deste mês.
PORTUGUESIA é um extraordinário projecto do poeta brasileiro Wilmar Silva, que tem como principal objectivo aproximar as poéticas espalhadas pelos diversos países de língua lusófona.
Para iniciar o projecto, Wilmar Silva esteve o ano passado em Portugal, na Guiné-Bissau e em Cabo Verde, onde entrevistou dezenas de poetas e gravou-os em vídeo a dizer os seus poemas. Posteriormente seleccionou 5 poemas de 101 dos poetas entrevistados e organizou um livro de 500 páginas contendo os poemas e um DVD com cerca de 2 horas de duração com alguns dos poemas recitados.
Este gigantesco projecto é para continuar nos próximos anos com os restantes países de língua portuguesa que não estão representados, e com novos poetas dos países já visitados. Mas do livro falarei posteriormente.
Foi no bonito edifício construído por Siza Vieira em frente à casa onde Camilo Castelo Branco viveu os últimos anos da sua vida (onde se suicidou) e escreveu grande parte da sua obra, que o projecto e o livro PORTUGUESIA foram apresentados em Portugal, ao que se seguiram 6 mesas-redondas que tiveram, entre outros, os seguintes participantes: Filipa Leal, Ruy Ventura, João Miguel Henriques, Antero Barbosa, Aurelino Costa, Ana Viana, Américo Teixeira Moreira, Fernando Aguiar, João Rasteiro, Luís Serguilha, Ana Gusmão, Jorge Reis-Sá, Rui Costa, E. M. de Melo e Castro, Jorge Melícias, Tony Tcheca e o próprio Wilmar Silva, e onde de debateram temas como “Liberdade, Experiência, Linguagens”, “Quotidiano, Violência, Misticismo”, “E-book, Video, Performance”, ou “Poesia de Livro: Objecto e Produto”, e lidos igualmente alguns poemas pelos poetas participantes.
Perante o resultado positivo destes dois dias, o Dr. Leonel Rocha, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de V.N. de Famalicão, deixou o convite para que no próximo ano se desse continuação a esta Festa da Poesia Lusófona, tendo o projecto PORTUGUESIA como o elemento central desse encontro das poéticas de expressão lusófona.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

I’ MAN

No passado dia 2 o poeta José-Alberto Marques lançou o seu último livro “I’MAN”, na Galeria Valbom, que contou com a presença de um razoável número de escritores, artistas plásticos e amigos. A apresentação foi feita pelo poeta Liberto Cruz e pelo editor Rodrigues Vaz, ao que se seguiu uma leitura de poemas pelo autor.
A antologia que reúne obras verbais, experimentais, visuais e diversas fotografias, pretende comemorar os 50 anos de actividade do poeta e, simultaneamente, da publicação do poema “Solidão”, em 1958, na “revista dos finalistas do Colégio Andrade Corvo”, em Torres Novas.
O livro conta também com as colaborações de E. M. e Melo e Castro, Virgil Mihaiu, Fernando Aguiar, Manuel da Costa Leite, Richard Martel, Xosé Lois Garcia, Ana Hatherly, Ramiro Correia, Giancarlo Cavallo, Urbano Tavares Rodrigues, Emerenciano, Rui Pacheco e António Castilho, com textos, mensagens, ilustração e fotografias.
Em relação ao meu texto, terminei dizendo o seguinte: “Acho que o José-Alberto prefere saborear o agridoce das palavras, de as baralhar para descobrir dentro de um saco cheio de letras e sílabas as palavras que precisa para construir os seus poemas e romances. Sei que gosta de as degustar lentamente, sentir-lhes o cheiro, o ruído, a textura e a cor antes de as ordenar e de as alinhar (ou não), para resultarem na prosa ou no poema. Mas para mim, foi na poesia experimental que este autor conseguiu levar mais longe a sua criatividade e capacidade de inovar, de elevar – através dos jogos espaciais com que os poetas da experimentalidade gostam de trabalhar – as palavras ao expoente que faz delas uma obra de arte.”
Neste momento e até ao dia 12, José-Alberto Marques estará no Brasil a participar na quinta edição do “BELÔ POÉTICO – ENCONTRO NACIONAL DE POESIA”, em Belo Horizonte. Eu tive o prazer de participar na edição do ano passado, pelo que envio daqui um abraço aos organizadores do evento Virgilene Araújo e Rogério Salgado, assim como a todos os poetas participantes, entre os quais se encontram vários amigos meus.
José-Alberto Marques, Liberto Cruz e Rodrigues Vaz
José-Alberto Marques durante a leitura de poemas

quinta-feira, 2 de julho de 2009

I MUESTRA INTERNACIONAL DE POESIA VISUAL

Y EXPERIMENTAL EN VENEZUELA

“La Palabra Dibujada – Dibujos Desde la Palabra” é o título da I Muestra Internacional de Poesia Visual y Experimental en Venezuela, que está patente na Galeria Pedro Báez, em Barcelona.
Coordenada por Franklin Fernández, a Mostra é uma homenagem a Juan Calzadilla e a Clemente Padin, tem 40 participantes entre os quais o organizador e os homenageados, António Gómez, Bartolomé Ferrando, César Reglero, Chema Madoz, Fernando Aguiar, Floriano Martins, Joaquín Goméz, Júlia Otxoa, Sérgio Monteiro de Almeida e Yucef Merhi.
Nas palavras de Franklin Fernández, “La poesía visual invita a reflexionar sobre la riqueza de los objetos. Los objetos invitan a reflexionar sobre la riqueza de las imágenes. Las imágenes invitan a reflexionar sobre la riqueza de las ideas.”
“La poesia visual nace donde termina la palabra. Donde termina la palabra comienza el silencio. Donde termina el silencio comienza la escritura. Es un estado cíclico”
Resta dizer que a exposição inaugurou hoje, prolonga-se até ao dia 23 de Julho, e está integrada no VI Festival Mundial de Poesia 2009.
Fernando Aguiar, "Poema de Homenagem a Richard Martel, 1990"